
ESTADO ATUAL DA DOENÇA CARDÍACA REUMÁTICA
Resultados iniciais do registro INVICTUS, publicado no JAMA Cardiology este mês, apontam para a gravidade da falta de controle e abordagem precoce da Doença Cardíaca Reumática em diversos países endêmicos, Brasil entre eles.
Ao acompanhar quase 15 mil pacientes de 2016 a 2022, observou-se que atualmente a regurgitação mitral é a principal forma de valvopatia (37-45% de todos os reumáticos), seguida da regurgitação aórtica. Um terço dos pacientes tem fibrilação atrial, enquanto a hipertensão pulmonar acomete cerca de 40% durante a evolução.
O Brasil foi agrupado com Botsuana, China, Cazaquistão, México, Paraguai e África do Sul como países endêmicos de maior renda per capita e apresentou perfil epidemiológico semelhante aos demais: acometimento de adultos jovens, 75% de mulheres, e a terrível mortalidade de quase 5% ao ano, por paciente.
Também nos países de maior renda per capita foi observado a menor prescrição/adesão à profilaxia antibiótica entre os endêmicos: apenas 15%, comparado a média 50-65% de outros países.
No geral, a valvoplastia ou a cirurgia precoce se mostraram como os fatores mais impactantes para reduzir a mortalidade do doente cardíaco reumático.